quinta-feira, agosto 26, 2010

Vida IMPERFEITA

Bom dia mulheres :-) Minha prima me enviou este texto e eu adorei por isso quero compartilhar com vcs!



Vida IMPERFEITA



(Texto na Revista do Jornal O Globo)


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!


E, entre uma coisa e outra, leio livros.


Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.


Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.


Primeiro: a dizer NÃO.


Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.


Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.


Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..


Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.


Você não é Nossa Senhora.


Você é, humildemente, uma mulher.


E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.


Tempo para fazer nada.


Tempo para fazer tudo.


Tempo para dançar sozinha na sala.


Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.


Tempo para sumir dois dias com seu amor.


Três dias..


Cinco dias!


Tempo para uma massagem.


Tempo para ver a novela.


Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.


Tempo para fazer um trabalho voluntário.


Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.


Para engravidar.


Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.


Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.


Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.


Existir, a que será que se destina?


Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.


A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.


Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.


Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!


Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.


Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.


Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.


Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.


E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'

Martha Medeiros - Jornalista e escritora

domingo, agosto 15, 2010

Cultura do antissofrimento

Bom dia!! Hoje de manhã estava lendo alguns do blogs que sigo e achei esta mensagem linda no blog Fragmentos Alheios que gostaria de compartilhar com vcs. Por falar neste blog, se vc ainda não conhece o Fragmentos Alheios vale a pena conhecer pois tem mensagens lindas que enriquecem as nossas vidas, pois afinal de contas devemos cuidar não apenas da beleza exterior mas tb da interior pois é esta que permanece para sempre.

Beijo grande e que vcs tenham um domingo abençoado!!! E amanhã tem o resultado do sorteio!!!!!


"Esquecemos algo fundamental: que sofrer, arriscar-se sem garantias, sentir-se inseguro e provar sentimentos de perda ou falta fazem parte da riqueza de experiências que a vida pode nos proporcionar. 'Existe toda uma cultura e uma indústria do antissofrimento. Há uma condenação natural dos processos naturais da existência como o envelhecer, por exemplo. Enfim, excluem-se as possibilidades que pertencem ao viver.' Evota-se ao máximo vivenciar experiências que possam trazer o imprevisível, o inseguro ou o sofrimento - como o amor e a entrega, por falar nisso.


.O resultado? Ficamos cada vez mais hesitantes em experimentar verdadeiramente o sabor da vida, com suas disparidades, imprevisibilidades, erros e acertos, bobagens assumidas e não assumidas. Ao optar pelo controle que vem atrelado ao desejo de perfeição, perdemos cada vez mais o aprendizado e o encanto dos enganos que a existência pode nos oferecer."


("E a grama do vizinho...", texto de Liane Alves com colaboração de Regina Favre, presente na Revista Vida Simples, Ago/2010, edição 952)